Podemos considerar esta obra como a semente da tarologia e Oswald Wirth como um dos patronos do Tarô esotérico, não restando dúvidas de que seu trabalho influenciou, direta ou indiretamente, renomados ocultistas da época e das gerações seguintes. Década após década, cada qual escreveu com sua perspectiva alegórica, contribuindo para o desenvolvimento do Tarô tanto para o uso oracular como para o autoconhecimento.
O leitor vai encontrar em suas páginas ecos de um pensamento místico de séculos passados; entretanto, em nada mitiga a visão inovadora postulada no capítulo 2, tópico “O Eixo do Tarô” – um conceito apartado da linguagem ocultista contida em toda obra e muito mais próximo do que viria a ser o Tarô a partir dos estudos arquetípicos e transculturais no século 20. Em verdade, aquelas ponderações apontam aberturas para um estudo mais coloquial (humanizado) frente ao discurso erudito (transcendental) tão em voga na época – saliento que esses conceitos foram fundamentais na sistematização do Tarô abordado em minhas obras.
Considero Wirth um dos raros autores do século 19 que ainda merece ser lido, devendo ser comparado com as publicações atuais, de modo a extrair reflexões sobre a fonte inesgotável de estudos produzida pela matriz do Tarô de Marselha.
NEI NAIFF, tarólogo, astrólogo, escritor
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